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sábado, 21 de maio de 2011

Imagina-nos aos dois: eu e tu, daqui a alguns anos, a morar juntos. Não precisaríamos ser namorados, nem casados, nem nada disso. Apenas amigos. E nós seriamos felizes, eu e tu. Fotos de nós os dois estariam espalhadas pela casa. Fotos tuas no meu quarto, fotos minhas no teu quarto. Mas nós dormiríamos juntos. Pelo simples facto de eu te querer por perto, e tu me quereres também. Pelo simples facto da minha cama ser perfeita para nós dois. Eu teria medo do escuro, sem ti. E eu andaria apenas com roupas íntimas, e tu fingirias não te importar. E eu fingiria acreditar. Eu fugiria de ti, correndo pela casa, rindo, com o comando da televisão, só pra  não mudares o canal. E tu agarravas-me, e ficaríamos abraçados até o silêncio nos incomodar. Os nossos sábados à noite seriam nostálgicos, veríamos todo o tipo de filmes, atiraríamos pipocas um ao outro e pediríamos uma pizza. Nostálgicos e perfeitos, porque depois dormiríamos abraçados, no sofá da sala. Ao som da melodia dos créditos de um filme de romance em que eu choraria do começo ao fim, e tu ririas de mim e comigo. Iríamos ao supermercado uma vez por mês, comprar as mais diversas porcarias. E não nos faltaria nada. Tu não te importarias com as minhas roupas espalhadas pela casa e pelo teu/nosso quarto. Eu não me importaria com a tua bagunça diária, nem com a tua toalha de banho atirada pelos cantos. Nos domingos à tarde, ficaríamos na nossa casa, rindo e cantando músicas velhas. Olharíamos as pessoas lá em baixo, casais apaixonados, e ficaríamos em silêncio, perdidos nos nossos próprios pensamentos. As tuas amigas viriam-te visitar, e eu choraria em silêncio, no escuro do meu quarto. Até elas irem embora e tu ires dormir comigo, e perguntar se chorei. Eu negaria. Tu acreditarias. Acordarias-me a meio da noite, para contar um sonho que tinhas tido. E nós riríamos juntos.  acordarias-me com café na cama, ou com uma rosa roubada do jardim da casa vizinha. Eu deixaria um recado subtil de amor na porta do frigorífico antes de sair na segunda de manhã para visitar os meus pais.  E tu decidirias pintar a casa, e ela ficaria vazia, apenas com nós os dois. Deitaríamos-nos no chão, e eu perguntaria em que tu estarias pensando. Tu mentirias e perguntavas-me o mesmo. Eu mentiria. Eu iria para a universidade todo dia de manhã, enquanto tu ias para seu trabalho de meio turno em uma empresa de sucesso. Tu amavas-me, em silêncio. Eu também te amava, em silêncio. Em alguns anos, eu estaria formando-me em letras, e tu estarias no topo da carreira naquela mesma empresa. E tu me levarias a jantar e me pedirias em casamento. Eu aceitaria. E seria uma linda história de amor.

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« Hoje eu queria abraçar-te, para dormir feliz. »